A insanidade é a incapacidade de comunicar nossas ideias
Esta frase foi extraída do filme “Veronika decide morrer”, inspirado na obra homônima de Paulo Coelho, 1hora e doze segundos de filme, dita pelo personagem que seria um mestre sufi.
Então todos nós, em maior ou menor grau, somos insanos… Mas não confundam insanidade com perda de controle… Tem duas opções… Controlar a mente ou deixar a mente controlar vocês.
Abaixo, segue…
A incrível entrevista com o professor Pensey Nathua Mann, nascido na Alta Eslobóvia (em 35/13/2018), que como todos deveriam saber fica abaixo da Média Eslobóvia.
Sanando dúvidas, o parâmetro é a temperatura e não a altitude, sendo assim a Baixa Eslobóvia fica no topo, onde agora reside também meu honorável amigo, o Barão Louis Sergius.
Outro detalhe curioso é que existem três dias na semana apenas, porém os meses têm 37 dias, segundo o calendário esloboviano.
Responsável pela entrevista: Mirna Valódi (Мирна Валоди)
Мирна: O que é ser humano agora?
Neanderthals
Pensey Nathua Mann: Desde sempre o ser humano é uma espécie que surpreende com suas incríveis invenções; na continuidade da história podemos observar um ser que inventou a mentira e passou não só a acreditar nela, mas também a depender dela. Como diria Bernard Shaw, há loucos até mesmo dentro dos manicômios.
Мирна: O que significa esta capacidade de mentir? O senhor poderia explanar a vossa declaração inicial?
Pensey Nathua Mann: Mentir basicamente é a capacidade de abstrair algo da realidade e simular esta realidade. Uma armadilha pode simular que há um terreno seguro ali e quando o animal pisa ele afunda e é preso ficando à mercê de caçadores. Assim as simulações foram sendo refinadas e cada vez mais copiavam a realidade ou acrescentavam elementos a esta realidade. Desde animais mitológicos, formados por pedaços da imaginação, como o Minotauro da Ilha de Creta, ou Pégaso, o cavalo voador.
Мирна: Neste caso, o mundo imaginário da mitologia antiga abrange para o senhor todas as crenças e religiões? Até os dias de hoje?
Pensey Nathua Mann: да, конечно,, digo, sim, claro. Desde as religiões germânicas pré-cristãs, até as formas mitológicas monoteístas de hoje, mas, o problema central aqui não é a religião, embora estas simulações mitológicas tenham trazido certo conforto em relação as barganhas de controle e entendimento do mundo, como no caso da vida e da morte, há algo realmente admirável que foi apontado claramente pelo professor Yuval Noah Harari como mais estrambólico do que a criação de deuses… A nossa crença no dinheiro.
Мирна: Kriloloco isvinitia, digo, muito interessante. Podes prosseguir.
Pensey Nathua Mann: Basicamente o argumento do prof. Yuval repousa numa constatação estatística, na época em que comunicou este fato havia 60 trilhões de dólares no mundo todo. Ou seja, convertendo todas as moedas, de todos os países, em dólares havia, repito, 60 trilhões de dólares.
Мирна: Kriloloco isvinitia. Podes prosseguir, isto é muito dinheiro.
Pensey Nathua Mann: Sim, mas tal cifra não se trata de dinheiro palpável, digo, impresso em papel moeda, ou mesmo em moedas.
Мирна: Como é isto?
Pensey Nathua Mann: Mentiras, simulações eletrônicas, cifras eletrônicas, ou seja, apenas uns dez trilhões são impressos, palpáveis, logo, 50 trilhões são cifras eletrônicas.
Мирна: Uau, uau… Então, há uma simulação da própria simulação da própria mentira inventada?
Pensey Nathua Mann: É isto. Umas poucas pessoas no mundo têm acesso a este sistema e o usam como bem querem, ou conforme o seu humor pela manhã, como aponta Yuval.
Conversei com um trabalhador de uma casa de “fazer dinheiro impresso”. Pessoa humilde e honesta… Todo dia acordava e se dirigia ao seu trabalho, no final do mês recebia o seu magro salário.
Perguntei como era estar trabalhando naquela Casa onde se fazia dinheiro, qual era a sensação de estar necessitando ou mesmo desejando comprar várias coisas e ver tanto dinheiro empilhado ali pelos corredores, o que ele e os outros pensavam?
A resposta foi incrível: Eu e os colegas com quem conversei sobre isto pensamos que aquelas pilhas de notas eram apenas papel empilhado.
Ao que retruquei imediatamente, mas na verdade é isto que aquilo é, um monte de papel empilhado, porém devido as crenças inventadas pelo ser humano depositamos toda a nossa confiança de que aquilo tem um valor.
A questão é interessante porque se não houver uma confiança recíproca no valor daquele tipo de papel seria como jogar um jogo sem regras, ou alterando as regras a seu bel prazer. Digamos, há um jogo em que você troca figurinhas por outras conforme os dados rolam. Sendo que as figurinhas têm valor diferenciado. Algumas figurinhas valem mais de tal maneira que você pode trocar uma por vinte. Porém, em um dia específico, um dos jogadores falsifica a tal figurinha, logo dirão, ele foi desonesto.
Porém, em outro dia, um dos jogadores é filho do dono da fábrica que imprime as figurinhas, então ele vai jogar e leva várias figurinhas de valor maior, todas autênticas. Assinadas pelo seu pai “In God we trust”… Bem, neste caso poderia ser percebido que há um derrame de figurinhas, mas, se o jogo for jogado por 7 bilhões de pessoas? Em 2013, este era aproximadamente a população mundial, conforme dados divulgados pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP).
Agora, peguemos aquela cifra, 60 trilhões, dividido por sete bilhões, daria algo em torno de 8mil e 500 dólares per capta.
Outra linha de raciocínio, digamos que uma das figurinhas de menor valor recebe um beijo e fica marcada pelo batom de uma jovem fêmea que desperta as mãos e a testosterona de vários jogadores, agora esta é também uma figurinha diferenciada, foi batizada pela jovem. Veja, se você tem uma camisa de um esporte assinada pelo ídolo ela tem um valor, desde que haja consenso, ou seja, se todos acreditam que aquela assinatura é real, que aquilo sujeito é mesmo tão bom quanto a garota do batom.
Мирна: Isto vai longe professor, posso ver algumas das consequências deste raciocínio.
Pensey Nathua Mann: Sim, por isto Bernard Shaw, em seu aforisma, aponta para esta linha entre a sanidade e a insanidade, independente de credo ou ideologia todos acreditam na existência do dinheiro, mesmo quando ele não existe.
Assim, se alguém colocar alguns códigos eletrônicos em sua conta de uma “forma escondida”, será como você receber créditos em seu cartão de transporte. Você passará a ter mais créditos em seu cartão. Este é um mundo de ilusões, simulações e mentiras, e, se não acreditarmos nele haverá um colapso do sistema geral e teremos que voltar ao escambo, às trocas de mercadoria.