Sobre Física Quântica ou os gatos verdes de Lugão
(II Parte de … Tudo que tem casca voa)
(Entrevista concedida à Pierre D’Arnot – novembro / 2011)
Prezado professor, dando continuidade a sua entrevista para nossa colega Marcelle, que está em suas merecidas férias, eu, Pierre D’Arnot, gostaria de propor uma segunda parte em que o senhor pudesse explanar alguns itens que merecem um tratamento mais extenso… O que o senhor acha?
Estou de acordo…
Farei então três perguntas: Do que se trata, afinal, esta perspectiva da Física Quântica em nossas vidas? E por que a Dra. Teresa Robles tem sido uma porta-voz da Física Quântica? E, uma vez que o senhor faz parte da história da hipnose devido a sua participação nos trabalhos do Conselho Regional e Federal, como o senhor percebe estas questões e o ensino da hipnose?
Certo Pierre, você me fez três perguntas lineares, mas que envolvem muitos assuntos, então me permita responder de uma forma analógica… Tentarei esclarecer tudo, mais ou menos como este filme do Almodóvar (A pele que habito), risos… Dizem que ele tentou fazer um filme no estilo de minhas aulas e supervisões… Se ganhar algo, talvez o Oscar, estaremos consagrados (+ risos)
Vá em frente, professor, pelo que me dizem tanto Pedro Almodóvar quanto o senhor são exímios contadores de histórias (risos)…
Bem… Eu estava num hotel, na localidade conhecida como Peró, em Cabo Frio, quando recebi um telefonema do Instituto Ericksoniano de Petrópolis… Era um pedido para auxiliar na divulgação de uma palestra da Dra. Teresa Robles… Como sou professor na UERJ , a idéia era providenciar um auditório, etc. E aí me falaram o título provisório da palestra que tinha algo a ver com Hipnose Quântica, não me recordo ao certo, mas lembro que fui sutilmente, porém radicalmente contra. Sugeri outro título, explicando as razões… Expostas abaixo.
Na foto… Luganus da UERJ e Adir (Professor de Física da UFRJ)
Por acaso eu havia marcado um encontro neste Hotel com um grande amigo e sua esposa, que estavam indo para Rio das Ostras. Comentei com ele, durante o almoço, sobre o tal título inicial e ele concordou que não era um bom título. Isto poderia parecer apenas boas maneiras, mesmo cada um sendo responsável por pagar seu almoço (risos)… Entretanto, quem estava conversando comigo era o professor de física Dr. Adir Moysés Luiz, da UFRJ.
O que ele me disse foi mais ou menos o seguinte (como iremos publicar isto no site e avisá-lo, ele poderá negar e me processar, risos):
“Se um físico sério (atentem p/ o detalhe “sério”) olhar o título desta palestra, irá querer saber quem é este autor e que contribuições ele deu para o campo da física nuclear, etc. Possivelmente ao perceber a situação não irá entrar para a palestra e sairá com uma má impressão deste evento”.
Quando vemos pessoas de outras áreas, um engenheiro, por exemplo, fazendo psicoterapia em alguém, nós psicólogos, pensamos o que?
Bem, eu penso logo: este senhor deveria estar trabalhando com engenharia… Por que não está? Porque resolveu fazer um curso de PNL e se meter em minha área? Será que estudou psicopatologia? Ou fez um curso de final de semana de PNL e resolveu tratar das pessoas…
Percebem?! Há um grande perigo nestas situações, um perigo social e sanitário inclusive… E se o engenheiro resolvesse fazer cirurgias? E se o médico resolvesse construir pontes?
Sabemos que os médicos podem fazer pontes de safena, mas daí a dar este passo quântico para fazer uma ponte entre o Rio de Janeiro e Niterói, ou mesmo uma menor…
Eu não me arriscaria nas pontes do médico e nem nas terapias do engenheiro! Seria o mesmo que você virar para as pessoas atrás e falar: “Olá, apertem bem os cintos, pois este é meu primeiro vôo e, aliás, eu nunca aprendi a ser piloto”. Creio que todos desceriam correndo do avião.
Têm acontecido, aliás, muitos “acidentes” por conta da falta de preparo das pessoas…
Se eu for a um passeio de barco espero que os condutores tenham providenciado bóias, combustível; enfim, que todo o equipamento e a tripulação estejam preparados. Sabemos que muitos acidentes não são acidentes; são tragédias anunciadas, seja por falta de manutenção, seja por falta de treinamento ou uso inadequado de funções e materiais.
J. M.Charcot ( à esquerda, rss). Na foto, à direita a moça diz “Eu consigo te hipnotizar” ( Hoje sabemos que isto só servirá sob medida. Os ericksonianos entenderão a brincadeira)
Aqui no Rio de Janeiro fui uma das pessoas que trabalhou para que a hipnose fosse aceita cientificamente e pudesse ser usada pelos psicólogos. Ainda é difícil tirar a aura de magia e mistério que envolve a hipnose e muito disto se deve a incompreensão e a confusão, que caminham juntas. Então, penso que fazer esta mistura de conceitos de áreas totalmente diferenciadas (Psicologia e Física Nuclear) só pode trazer mais confusão a área. Seria um retrocesso, uma volta à magia da hipnose. Creio que não desejamos este retrocesso. Precisamos incentivar os estudos sérios sobre a cientificidade e os usos da hipnoterapia.
“Hipnose funciona sim, vide o gato em transe diante do filé de salmão”
Bem…
Sei também que iremos morrer um dia, e que novas contribuições virão no futuro.
Isto é ótimo… Digo, as novas contribuições (risos). Não podemos ter um controle absoluto sobre tudo, mesmo criando códigos de ética e conduta, mas podemos ajudar um pouco a manter a argumentação científica clara.
Se não atrapalharmos, isto já ajuda. ( + Risos)
Se diminuirmos a confusão e aumentarmos a informação isto é melhor ainda para que a compreensão aumente.
Todos nós tentamos viver em paz, com saúde e, além disto, preservar o bom caminho da ciência. Por quê?
Se nós olharmos a marca da vacina em nossos braços, ou lembrarmos em como a medicina e outras ciências nos ajudam hoje, teremos a resposta.
Quando pensamos em quantos dramas ainda existem… Pessoas morrendo disto ou daquilo, poderemos imaginar que no passado era muito pior… Imaginemos uma pessoa, uma criança, com um cálculo enorme no passado… Dores atrozes, os pais chorando, muito sofrimento e no final … Óbito… Hoje em dia, uma “simples” cirurgia resolveria o problema ou talvez se implodisse o cálculo com ondas/vibrações…
Se fosse possível um médico com os aparelhagens e medicamentos de hoje ir ao passado… Seria considerado, este ser do futuro, um bruxo ou um deus.
Se não leram O Físico de Noah Gordon e Xamã, deste mesmo autor, sugiro que o façam. A primeira obra tem o subtítulo de A epopéia de um médico medieval e na outra a saga continua… Tais obras fornecem um panorama da história da medicina, dos costumes, dos sofrimentos e das descobertas… E muito mais… São excelentes.
E sobre a Dra. Teresa Robles e suas palestras envolvendo a Física Quântica?
A Dra. Teresa Robles, já disse isto em público várias vezes (e agora o faço por escrito), é uma psicoterapeuta espetacular, eficaz e elegante. Eu a vi atuando com toda a sua “poderosa simplicidade”.
Prof.ª Regina, Dra. Teresa Robles e Celso Lugão
Uso o termo simplicidade como sinônimo de espontaneidade… Ela é capaz de um relacionamento de igual para igual, como deve ser, entre terapeuta e cliente.
Ambos são seres humanos que se encontram em um momento da vida; um que pede auxílio e o outro que se prontifica a ajudar. E se houver interação, se o dualismo for desfeito, então haverá um diálogo.
No dualismo só pode haver dois monólogos. Cada pessoa tenta convencer o outro de sua verdade. Ninguém escuta e ninguém cresce, pois só há crescimento se há interação interpessoal.
E poderosa porque bem posso deduzir o quanto existe de treinamento e experiência na bagagem da Dra. Teresa Robles… A elegância com que faz suas intervenções revela uma enorme sensibilidade e conhecimento técnico.
Note Pierre, no fundo, é claro, cada um faz o que bem entender e lida depois com as conseqüências, mas como profissionais tentamos preservar um caminho que vem dando certo ao longo do tempo e tem beneficiado muitas pessoas. Este caminho chama-se conhecimento científico… Este está espalhado em todas as casas, a geladeira, a eletricidade, as roupas, os carros e seus motores, os aviões, e os produtos para a saúde.
Eu gostaria que meus netos tivessem bem mais da ciência do que eu tive. Penso sempre naqueles pais que viram seu filho morrer, se contorcendo com dores atrozes, enquanto os “médicos” da época medieval tentavam usar sangrias, cataplasmas, vapores e benzeduras…
O que aqueles pais não teriam feito se soubessem que a solução estava no desenvolvimento da ciência?!
Neste ponto alguém poderia argumentar… Mas justamente é isto que se procura fazer com a divulgação da Física Quântica –> mostrar outros aspectos da realidade…
Bem, neste caso, as coisas se esclareceriam…
Poderíamos inventar um título mais adequado… A Dra. Teresa Robles, antropóloga e psicoterapeuta, ministrará um workshop sobre o Papel da Física Quântica na Evolução atual do pensamento humano (Estou inventando um título inspirado num capítulo escrito por Werner Heisenberg em 1958).
Isto é bem diferente, embora exija muito fôlego também, do que ministrar um workshop sobre mecânica quântica ou ser porta-voz não sendo treinado na área, eu creio. Isto exigiria uma formação em física avançada.
Já o título: O Papel da Física Moderna na Evolução atual do pensamento humano (este é o título no qual me inspirei), foi escrito por um físico, Werner Heisenberg… Aí, tudo bem, trata-se de um físico pensando sobre filosofia… Inclusive, o impacto das idéias da física naquele tempo se relacionava com artefatos de guerra poderosos, as bombas atômicas, e as possibilidades nucleares.
Claro está que filósofos, psicólogos e antropólogos podem e devem analisar e colocar suas contribuições, mas têm seus limites.
O professor de filosofia F. S. Northrop em seu capítulo – Introdução aos problemas da filosofia natural – na mesma obra escrita por Werner Heisenberg – Física e filosofia, (UnB, 1981, p.130) faz uma análise do livro e argumenta…
Como observa Heisenberg, os novos caminhos irão, queiramos ou não, alterar e parcialmente destruir costumes e valores tradicionais…
Quando compreendidos, esses pressupostos filosóficos geram mentalidade e comportamento, individual e social, bem diversos e, em alguns casos, incompatíveis com as tradições de família e casta, com a mentalidade tribal vigente. Em resumo, é impossível se introduzir os instrumentos da física moderna sem, cedo ou tarde, introduzir a atitude filosófica correspondente e, à medida que essa atitude cative os jovens que receberam treinamento científico, ele virá afetar a tessitura moral da família e tribo. A fim de se evitar conflitos emocionais desnecessários e desmoralização social, é importante que os jovens entendam o que esteja acontecendo. Isso significa que eles vejam a transição por que passam como a convergência de duas mentalidades filosóficas diversas: a de sua cultura tradicional e aquela da física. Daí a importância de se entender a filosofia da física moderna
(Pierre) Permita-me interromper, professor…
Então qual é o problema prof. Celso Lugão? Ou quais são?
Meu caro Pierre, minha resposta é muito simples, amadurecer reflexões, fazer perceber que se você tem um gato e o pinta de verde, isto não significa que agora existem gatos verdes, transformados pela sua “perícia em genética”.
Significa simplesmente que você pintou seu gato de verde, isto é bem diferente de dar contribuições à genética fazendo com que gatos passem a nascer verdes.
No campo das idéias criativas, no contexto da descoberta na ciência e em relação a conseqüências sociais e psicológicas, pode ser até interessante mostrar gatos verdes e aventar esta possibilidade… Haverá repercussão, mas não se pode perder de vista que para se dar uma contribuição significativa ao campo da Genética é preciso muito estudo e dedicação.
E a Dra. Teresa Robles sempre me passou isto, seja pessoalmente, seja em seus livros: seriedade, dedicação e humanidade, e um respeito enorme pelo próximo. Tive a mesma percepção, sensação, de sua filha Cecília. São pessoas que deram duro, trabalharam, para se tornar especiais. São excelentes pessoas e psicoterapeutas.
(Lugão e as professoras Cecília Fabre e Tamine, sua esposa).
Bom, fiz esta entrevista com carinho porque ouço algumas pessoas que acham que acendendo incensos, ou rezando para algum Deus Quântico, ou simplesmente entregando tudo para a parte sábia elas poderão se tornar terapeutas eficazes. Esquecem todo o resto das mensagens sobre trabalhar e praticar.
Prof.ª Regina Nora e Cecília Fabre na UERJ.
É preciso entender toda a mensagem do professor Northrop, e não apenas alguns pontos isolados.
O senhor poderia dar um exemplo?
Sim, note a argumentação do professor Northrop; transcrevo-a para facilitar a análise do que é dito de fato, colocando em vermelho o que penso ser crucial para não haver distorção, diz Northrop:
Como observa Heisenberg, os novos caminhos irão, queiramos ou não, alterar e parcialmente destruir costumes e valores tradicionais…
Quando compreendidos, esses pressupostos filosóficos geram mentalidade e comportamento, individual e social, bem diversos e, em alguns casos, incompatíveis com as tradições de família e casta, com a mentalidade tribal vigente. Em resumo, é impossível se introduzir os instrumentos da física moderna sem, cedo ou tarde, introduzir a atitude filosófica correspondente e, à medida que essa atitude cative os jovens que receberam treinamento científico, ele virá afetar a tessitura moral da família e tribo. A fim de se evitar conflitos emocionais desnecessários e desmoralização social, é importante que os jovens entendam o que esteja acontecendo. Isso significa que eles vejam a transição por que passam como a convergência de duas mentalidades filosóficas diversas: a de sua cultura tradicional e aquela da física. Daí a importância de se entender a filosofia da física moderna.
Muitas pessoas podem interpretar o texto do professor Northrop como um convite ao caos, ou ao pós-modernismo, (risos)… Note meu caro Pierre, que ele diz claramente… Jovens que receberam treinamento científico, ou seja, a metodologia científica e o conseqüente preparo para interpretar os fatos estão lá implantados, isto irá ser a base para que os jovens entendam o que está acontecendo, racionalmente.
Não se trata de um vandalismo, de um oba-oba, de uma posição ingênua do tipo, tudo é relativo, tudo é incerto, tudo é quântico, e a morte é certa, então, como “dedução” ou posição existencial de protesto… “Vamos nos embebedar, fumar um baseado ou nos atirarmos numa depressão”, à custa de alguém… Sim, em geral quando o indivíduo entra por este modelo sempre tem alguém para pagar as suas crises existenciais e rebeldias contra o Status Quo da Ciência e a busca de um treinamento eficaz em alguma área da ciência ou profissão.
Sinceramente, acho lamentável, quando as pessoas distorcem e confundem, mas é humano, demasiado humano, como diria F. Nietzsche.
A evolução do conhecimento, através de trabalho árduo de muitas gerações de pessoas nos remeteu a atual compreensão do mundo.
Foi semelhante quando Darwin publicou seus estudos e conclusões, penso que se na época houvesse alguém sem preparo em Biologia e anunciasse A hipnose evolucionista de Darwin, poderíamos ter o mesmo tipo de problema para o qual chamo a atenção hoje.
Talvez uma pessoa com preparo pudesse realmente entender as conexões que poderiam existir (e existem!) entre Hipnose e Evolucionismo, mas para cada pessoa com tal preparo haveria muitas dizendo asneiras como: “o ser humano evoluído é mais propenso a hipnose”… “A vida das pessoas irá mudar agora radicalmente porque eu pratico a hipnose evolucionista”… Ou, “a hipnose quântica”.
Então, respondendo a alguns dos assuntos da tua última pergunta… É o desfecho do filme de Almodóvar (risos).
Relembro-a aqui.
E, uma vez que o senhor faz parte da história da hipnose devido a sua participação nos trabalhos do Conselho Regional e Federal, como o senhor percebe estas questões e o ensino da hipnose?
Eu voltaria a citar a excelente obra de Richard Dawkins, Desvendando o arco-íris.
Lutamos para conseguir que a hipnose fosse cientificamente aceita, lutamos para que além do médico o psicólogo pudesse utilizar tal técnica.
Portanto, quero pedir aos colegas muito cuidado com as colocações para não criarmos todo um misticismo quântico, ou confusão conceitual na mente das pessoas.
Em encontros com colegas e alunos ouço questões confusas… As pessoas estão perdidas em clichês… Há muita falta de informação sobre a ciência.
Algumas das perguntas que em geral me dirigem são: “Mas professor, este modelo de ciência que o senhor defende não é aquele do positivismo, de uma ciência cartesiana?” ou “ Não seria ótimo se a física quântica pudesse embasar a hipnose?”, ou ainda, “e como fica a questão da subjetividade dentro da ciência?”.
Richard Feynman (falecido em 05 de fevereiro de 1988), que entendia muito de física quântica, certa vez respondeu a um amigo, que havia dito que o cientista deixa de perceber a beleza de uma flor ao estudá-la… (Esta história está narrada na página 67, da obra de Dawkins – Desvendando o arco-íris. CIA das Letras. 2000)
Disse Feynman: A beleza que ali existe para você também está a minha disposição. Mas vejo uma beleza mais profunda que não está tão facilmente à disposição dos outros. Posso ver as complicadas interações da flor. A cor da flor é vermelha. O fato de a planta ter cor significa que ela evoluiu para atrair os insetos? Isso leva a outra pergunta. Os insetos podem ver a cor? Eles têm um senso estético? E assim por diante. Não vejo como o estudo de uma flor pode diminuir a sua beleza. Ele apenas acrescenta.
Bem Pierre, esta foi a resposta de um físico quântico, que não tem nada de cartesiano.E realmente será ótimo o dia em que a física quântica embasar a hipnose, pelo menos é no que acredito, mas isto agora não faz o menor sentido, e não tem importância alguma.
Seria como dizer que as teorias das cordas um dia embasarão a hipnose. E daí? O que você faz com isto agora? Nada, absolutamente nada. Ou melhor, você pode sair escrevendo livros sobre pseudociência. Já têm muitos por aí.
E quanto a subjetividade… Permita-me deixar esta história para um outro texto, meu caro Pierre.
Deixe-me explicar… Eu estou trabalhando em dois textos que estão ligados a estes assuntos… Na verdade eu irei copiar os títulos das obras sobre Richard Feynman, fazendo uma reverência a este grande e genial físico, com todo o humor que ele sempre soube demonstrar na vida, apesar das duras experiências pelas quais passou.
Está bem professor, paramos por aqui. Quero agradecer ao senhor por conceder mais esta entrevista e antes de terminar perguntar uma última coisa… O senhor poderia dizer algo sobre estes títulos das obras sobre Richard Feynman?
Claro que sim, eu irei copiar os títulos das obras… “Está a brincar, Sr. Feynman!” e da outra, “Nem sempre a brincar, Sr. Feynman!”… Portanto os meus artigos se chamarão…
“Está a brincar, Sr. Luganus?” e “Nem sempre a brincar, Sr. Luganus!”
Note que além da originalidade de trocar o sobrenome, (risos) há uma criatividade em meu primeiro título quando coloco o sinal de interrogação ao invés do sinal de exclamação!
Nestes textos falarei mais de ciência, subjetividade e objetividade e alguns outros assuntos pertinentes.
Agradeço a mais esta oportunidade também.
E deixo esta curiosidade p/ vocês que pensam que estou sempre a brincar… Nem sempre a brincar, Sr. Luganus!
Gatos verdes criados em laboratório são imunes à AIDS felina (26/10/2011)
Cientistas americanos criaram 3 gatos geneticamente modificados que nasceram e se desenvolveram saudáveis.
A pesquisa vem da Mayo Clinic College of Medicine, de Rochester localizada em Minnesota.
Os gatos, já com um ano de idade, foram chamados de TgCat1, TgCat2 e TgCat3. Sob uma luz ultravioleta, os bichanos ficam verdes por terem recebido uma proteína fluorescente dessa cor chamada: “GFP”, que originalmente vem de uma água-viva.
Estudos anteriores sugerem que outra proteína, “TRIMcyp”, é o que mantêm humanos e macacos sadios, fazendo com que não sejam infectados pelo FIV. E essa é uma das proteínas que faltam no organismo dos gatos.
O FIV é uma espécie de aids que afeta apenas os felinos, incluindo os animais de maior porte, como os leões, por exemplo. Seus sintomas são semelhantes aos criados pelo virus HIV, que provoca a aids nos humanos.
Para isso, o virólogo Eric Poeschla, da Mayo Clinic, e sua equipe adotaram uma técnica: um vírus carregou tanto a TRIMcyp quanto a GFP em um óvulo que foi posteriormente injetado em uma fêmea para reproduzir. Por fim, quando os pesquisadores tentaram injetar sangue infectado com a FIV nestes gatos gerados em laboratório, o vírus não se reproduziu.
http://nosgeeks.com.br/geekverso-gatos-verdes-criados-em-laboratorio-sao-imunes-a-aids-felina/
Na foto ( Adir e a Prof.ª Elaine – Biologia, Lugão e filhos Rodrigo e Diogo)
Extraído da Plataforma Lattes
Sobre o professor Adir Moyses Luiz
possui graduação em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1963), mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1966) e doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982). Atualmente é professor Associado do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou inúmeros trabalhos teóricos e experimentais em diversas áreas da Física, com ênfase em pesquisas sobre aplicações da supercondutividade e sintetização de materiais supercondutores. Possui vasta experiência didática e científica sobre os seguintes temas: física do estado sólido, supercondutividade, junções josephson sns, física básica, eletromagnetismo, termodinâmica e hidrodinâmica. É autor de mais de 22 livros didáticos de Física. Além desses livros didáticos, publicou também dois livros de divulgação científica com os seguintes títulos: 1) Como Aproveitar a Energia Solar e 2) Aplicações da Supercondutividade. Editoriou 3 livros de pesquisas sobre Supercondutividade. Atualmente desenvolve pesquisas teóricas e experimentais objetivando a sintetização de um material que exiba supercondutividade na temperatura ambiente. Desenvolve também pesquisas para otimizar o rendimento de células solares fotovoltaicas.
PERGUNTA DEMOLIDORA
Um homem estava sentado no avião, ao lado de uma menininha. O cara olhou a criança e lhe disse:
– Vamos conversar? Tenho certeza que a viagem parecerá mais rápida. O que você acha?
A menina, que acabava de abrir um livro para ler, o fechou lentamente
e respondeu com voz suave:
– Sobre o que gostaria de conversar?
– Bom, não sei… – disse o homem. – Que tal física nuclear? – e mostrou um grande sorriso.
– Bem,- disse a pequena – Esse parece ser um tema interessante. Mas
antes, gostaria de lhe fazer uma pergunta: o cavalo, a vaca e a ovelha
comem a mesma coisa: capim, não é mesmo? Porém, o excremento da ovelha é um monte de pequenas bolinhas, o da vaca é uma pasta e o do cavalo é um monte de pelotas secas. Por que o senhor acha que isto acontece?
O cara, visivelmente surpreso com a inteligência da menina, pensou
durante uns momentos e respondeu:
– Hmmm, não faço a menor idéia…
E então, a menininha disse:
– Sinceramente, como o senhor se sente qualificado para discutir
física nuclear, se não entende de bosta nenhuma?
E o salário, oh!
Abs quânticos a todos, rs
A Sociedade Brasileira de Física, fundada na década de 1960, tem por finalidade promover a pesquisa e o ensino da física no país, bem como defender os interesses profissionais dos físicos. Pouco depois de fundada, congregava mais de mil associados.
Num resumo sobre a física do Brasil impõe-se ressaltar o trabalho do grupo teórico inicial que, no país ou no exterior, elevou a física brasileira ao nível internacional: Mário Schemberg, José Leite Lopes e Jaime Tiomno. Muitos profissionais atuantes no campo teórico são discípulos desses físicos. No campo da física experimental merecem citação especial: Lattes, pelos estudos de partículas elementares e raios cósmicos; Marcelo Damy de Sousa Santos, que construiu e operou o bétatron da USP; Oscar Sala, responsável pela construção e operação do gerador Van der Graaf da USP; Hervásio de Carvalho, pelos estudos de partículas e radiações com o emprego de emulsões nucleares; José Goldenberg, por seus estudos sobre reações fotonucleares; Jacques Danon pelos trabalhos sobre o estado sólido e efeito Mossbauer. Além deles, destacam-se as pesquisas de Moisés Nussenzveig, em ótica quântica; Leopoldo Nachbin, em matemática aplicada à física; Adir Moysés Luís e Roberto Nicolsky, em supercondutividade; Ronaldo Cintra Shellard, em física de altas energias; Francisco de Oliveira Castro, sobre raios cósmicos; Hélio Teixeira Coelho, sobre forças nucleares; Carlos Bertulani sobre núcleos exóticos