Etapas da psicoterapia estratégica com famílias

             dsc04759Etapas da psicoterapia estratégica com famílias (Lugão, 30/10/98)

1 – Iniciando com a família – a aliança terapêutica

A questão do rapport é básica. Em qualquer terapia, individual, casal ou família. Seja em uma “simples” entrevista ou numa situação de perícia é fundamental ser cordial com todos os presentes.

Assim, é fundamental fazer uma aliança com todas as pessoas presentes. Valorize sempre e destaque / ressalte  os recursos.

 Use o humor, é uma grande ferramenta para quebrar o gelo.  Porém, jamais  brinque em relação ao sintoma ou ao problema trazido. Isto será interpretado como uma desvalorização /  banalização, e provocará uma reação, muitas vezes poderá haver um acirramento da questão trazida. Imagine em caso de depressão, suicídio ou pânico o que irá acontecer.

Ao mesmo tempo, o cliente identificado irá se afastar do terapeuta, pois não terá confiança para formar uma aliança terapêutica, o que, aliás, não é resistência, mas uma decisão consciente sábia em prol de sua segurança ou… Caso o consciente não capte… A sabedoria do inconsciente do cliente captará.

2 – Ouvindo os membros da família,  respeitando  as hierarquias como já foi explicado…

Tente manter uma boa dinâmica, lembre-se do equilibrista que coloca os  pratos rodando no alto daquelas  varas… Ele corre de um lado para outro sempre que um prato ameaça parar. O terapeuta de família ou grupo deve estipular o tempo para cada membro expor e buscar o mais rápido possível fazer com que as pessoas interajam. Se houver necessidade de alguém falar mais ou se esta pessoa pedir para prosseguir o terapeuta deverá decidir: se o assunto não tem importância ele interrompe educadamente e de forma clara e firme coloca que se houver tempo em outra ocasião, etc… Se o terapeuta acha que procede ou quer dividir o poder com os demais membros, então informa que perguntará ao grupo… Volta-se para o grupo e questiona.

Isto permite também, em certos casos, observar como o grupo lida com o poder: algumas pessoas aproveitam a oportunidade para criticar o outro. Se isto for importante para aquela terapia o tema poderá ser ampliado, senão o terapeuta age como moderador e volta ao foco que estava sendo explorado.

3- Técnicas de intervenção e Objetivo

Após ouvir as pessoas busca-se um objetivo comum, algo que satisfaça a todos.

Se alguém quer acampar no norte e o outro no sul, apenas para exemplificar, tem-se que buscar o objetivo maior… O que há no norte? O que há no sul? Paz?! Bom, então é isto, todos querem a paz. O que você necessita para ter paz? E você?  Usa-se a modelagem para isto e negocia-se com cada um, inclusive com trocas… Se ele fizer isto, você fará aquilo.

Em suma, busquem sempre ampliar as percepções, usem humor, metáforas e drama.

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Por Celso Lugão

Especializações em PSICOLOGIA CLÍNICA E HOSPITALAR. Exerce ATIVIDADE CLÍNICA fazem mais de 30 anos, tendo criado sua abordagem particular de PSICOTERAPIA ESTRATÉGICA. Possui MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Atualmente é professor do INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UERJ tendo criado o setor de PSICOTERAPIA ESTRATÉGICA NO SPA DA UERJ EM 1988 e desde então atua como SUPERVISOR desta abordagem. Participou de forma intensiva do PROCESSO DE VALIDAÇÃO DA HIPNOSE como TÉCNICA PASSÍVEL DE SER UTILIZADA PELO PSICÓLOGO, fato este reconhecido pela SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPNOSE e pela SOCIEDADE DE HIPNOSE E MEDICINA DO RIO DE JANEIRO. Possui experiência em várias áreas da psicologia, a saber: EPISTEMOLOGIA DAS PSICOTERAPIAS (DESENVOLVIMENTO DE REFERENCIAIS EPISTEMOLÓGICOS E CLÍNICOS; ESTUDO DAS PERSPECTIVAS ESTRATÉGICA, ESTRUTURAL E SISTÊMICA EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO E A FAMÍLIA) ; PSICOLOGIA CLÍNICA E HIPNOLOGIA (TRANSDUÇÃO DA INFORMAÇÃO MENTE-CORPO, PSICOIMUNOLOGIA, TÉCNICAS HIPNÓTICAS, CORPORAIS, PSICODRAMÁTICAS E ESTADOS ALTERADOS DA CONSCIÊNCIA); TANATOLOGIA (MORTE, LUTO E SEPARAÇÕES); PROCESSOS DISSOCIATIVOS (TRAUMA, DISTÚRBIO DISSOCIATIVO DA IDENTIDADE, SÍNDROME DO STRESS PÓS-TRAUMÁTICO, SÍNDROME DO PÂNICO, SUICÍDIO, DROGADICÇÃO, PSICOSES); E ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA SUPERVISÃO (TREINAMENTO, INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO ). (Text informed by the author)

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