Curiosidades
Índice do conteúdo:
Monteiro Lobato e Dona Etimologia.
Significado de catetos e hipotenusa.
Palíndromo e Tautologia.
Títulos de nobreza
Curiosidades Lingüísticas
Cinestesia, Cenestesia ou Sinestesia e as traduções da Programação Neurolingüística.
A nova Biblioteca de Alexandria
“Feci quod potui, faciant meliora potentes.” “Fiz o que pude, façam melhor os que puderem”. |
Monteiro Lobato escreveu Emília no país da gramática, livro em que a boneca de pano, montada no rinoceronte Quindim, leva Pedrinho, Narizinho e o Visconde de Sabugosa para conhecer os habitantes de um mundo animado. Lá, os neologismos são jovens que andam soltos pelas ruas da periferia, à espera de autorização para morar no centro da cidade. Lá, o Verbo Ser, substância de todos os outros verbos, tosse um pigarro de séculos. Lá, a Senhora Sintaxe governa e dirige a concordância entre todas as palavras.
Lá vive também Dona Etimologia, uma velhinha muito da sabida, cuja casa está sempre entupida de filólogos, gramáticos e dicionaristas. E de escritores. Lygia Fagundes Telles, por exemplo, gosta muito de visitá-la para descobrir onde nasceram, que filhos têm, qual a essência de certas palavras aparentemente tão desprovidas.
Recentemente, Dona Etimologia resolveu fazer marketing e divulgar melhor os seus conhecimentos. Tem certeza de que vai aparecer no “Jô” para contar ao público a história que se oculta por trás da face às vezes inofensiva de palavras que usamos sem a menor consciência.
Dona Etimologia sabe que enfezada é aquela pessoa que está cheia de fezes, e se sente mal, e briga com todo mundo, cheia de coisa ruim por dentro.
Dona Etimologia sabe que cosmético vem de cosmos. A mulher, quando sente que seu rosto está um caos, precisa dar uma ordem, organizar-se com batom, rímel, sombra, delineador, corretivo etc.
Dona Etimologia sabe que parabéns é uma advertência: — Você ganhou um carro? Parabéns. Para bens, para coisas boas, e não para males, certo?
Dona Etimologia sabe que ambição é querer ambas as coisas, é querer tudo, como ambulância é aquele veículo que anda para ambos os lados, para todos os lados, num constante ir e vir.
Dona Etimologia sabe todas as línguas, que guardam segredos intraduzíveis. Em inglês, por exemplo, friend, amigo, e freedom, liberdade, têm a mesma raiz. Pois uma grande amizade deixa-nos realmente à vontade.
Dona Etimologia sabe que aluno provém do verbo latino álere, que significa nutrir, alimentar, sustentar. O bom aluno se alimenta… do professor.
Dona Etimologia sabe que atestado de óbito é um documento sobre alguém que resolveu obire, outro verbo no latim, que significa ir na frente.
É, Dona Etimologia vai à luta: pretende publicar um novo dicionário, e abrir-nos os olhos para a verdade original das palavras.
Sobre o autor:
Gabriel Perissé (perisse@uol.com.br), carioca, 37 anos, Mestre em Literatura Brasileira pela USP, é professor universitário, coordenador-geral da ong literária PROJETO LITERÁRIO MOSAICO (www.escoladeescritores.org.br), criador e apresentador do programa de TV LER, PENSAR E ESCREVER, autor de um livro com este mesmo título (www.arteciencia.com.br/referencia/lerpensar2.htm), e autor de dicas gramaticais e etimológicas para o ZAZ (www.zaz.com.br/vestibular).
O que significa CATETOS?
CATETO em grego significa ” os que são perpendiculares”
ou seja formam um ângulo de 90º.
HIPOTENUSA em grego ” o que fica por baixo”, pois eles colocavam o triângulo de madeira sobre a mesa e a hipotenusa ficava sob a mesa.
(hip.)² = cat² + cat²
hip² = 15² + 25²
hihp = V(15² + 25² ) = …….onde V = raiz quadrada
O QUE É UM PALÍNDROMO?
Um palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário.
Exemplos:
OVO, OSSO, RADAR.
O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase;
é o caso do conhecido:
SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.
Diante do interesse pelo assunto (confesse, já leu a frase ao contrário), tomei a liberdade de seleccionar alguns dos melhores palíndromos da língua de Camões… Se souber de algum, acrescente e passe adiante.
ANOTARAM A DATA DA MARATONA
ASSIM A AIA IA A MISSA
A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA
A DROGA DA GORDA
A MALA NADA NA LAMA
A TORRE DA DERROTA
LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA:
ANIL É COR AZUL
O CÉU SUECO
O GALO AMA O LAGO
O LOBO AMA O BOLO
O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO
RIR, O BREVE VERBO RIR
A CARA RAJADA DA JARARACA
SAIRAM O TIO E OITO MARIAS
ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ
PROFUUUUUUNDO!
ISSO É QUE É CULTURA!!!!
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O que é tautologia?
É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem.
Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso ‘subir para cima’ ou o ‘descer para baixo’.
Mas há outros, como pode ver na lista a seguir:
– elo de ligação
– acabamento final
– certeza absoluta
– quantia exacta
– nos dias 8, 9 e 10, inclusive
– juntamente com
– expressamente proibido
– em duas metades iguais
– sintomas indicativos
– há anos atrás
– vereador da cidade
– outra alternativa
– detalhes minuciosos
– a razão é porque
– anexo junto à carta
– de sua livre escolha
– superávit positivo
– todos foram unânimes
– conviver junto
– facto real
– encarar de frente
– multidão de pessoas
– amanhecer o dia
– criação nova
– retornar de novo
– empréstimo temporário
– surpresa inesperada
– escolha opcional
– planear antecipadamente
– abertura inaugural
– continua a permanecer
– a última versão definitiva
– possivelmente poderá ocorrer
– comparecer em pessoa
– gritar bem alto
– propriedade característica
– demasiadamente excessivo
– a seu critério pessoal
– exceder em muito
Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, ‘surpresa inesperada’.
Títulos de Nobreza
Depois do rei, era o nobre mais poderoso, recebendo grandes extensões de terra para administrar. Os primeiros duques vieram do Império Romano, onde os comandantes militares eram agraciados com o nome de dux (“aquele que conduz”, em latim). Seguindo a tradição, países como Espanha e Portugal davam o título a seus maiores generais
MARQUÊS
Abaixo do duque na hierarquia da nobreza, o marquês governava os marquesados, áreas do tamanho dos estados atuais. Alguns tomavam conta dos territórios reais localizados em fronteiras, lutando para evitar invasões. A origem do nome deixa clara essa função: em latim, marchensis significa “o que fiscaliza as marcas”
CONDE
Assessorando o rei num monte assuntos, do recolhimento de impostos aos combates militares, o conde era tão importante no dia-a-dia dos reinos que tinha até um substituto para suas ausências, o visconde.
O conde também administrava os condados, área menor que os marquesados. O título vem do latim comes, “aquele que acompanha”
VISCONDE
Era o substituto do conde — em latim, vicecomes significava vice-conde.
Esse título de nobreza, assim como o de barão, surgiu bem mais tarde, apenas durante o século 10. Em termos administrativos, os viscondes podiam dirigir pequenos territórios, do tamanho de vilas
BARÃO
Mais um título criado com o feudalismo já em decadência. A honraria era concedida a súditos fiéis dos reis, geralmente homens ricos. As terras governadas pelos barões eram ainda menores, do tamanho de fazendas ou sítios. Em sua origem germânica, a palavra barão significa “homem livre”
Curiosidades Lingüísticas
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A palavra cinestesia e as traduções da Programação Neurolingüística
Cinestesia é uma percepção de movimento. É causada pela sensação em nosso ouvido
interno (labirinto) que nos dá uma sensação especial quando estamos nos
movimentando. Pode ser percebida claramente quando rodamos no mesmo lugar: nosso
labirinto continua a rodar quando paramos e ficamos com “o mundo girando”,
mesmo parados. O nosso labirinto se acostuma com movimentos cíclicos e isso
também justifica o fenômeno de “pernas de marinheiro” – quando ficamos um bom
tempo em um barco, ao saltar em um cais nós sentimos a terra firme oscilando.
Se você leu algo sobre PNL (Programação Neurolinguística)…
Na PNL a palavra cinestesia é utilizada com uma
outra acepção. Pode estar até errada, se pegarmos a definição do dicionário, mas
o pessoal usa porque as traduções dos livros de PNL foram muito mal-feitas…
Existe, em Inglês, o termo “synesthetics” que foi traduzido por “cinestesia”.
Mas a tradução correta é “sinestesia”, com o significado de “intropercepção”,
sentidos internos. São nossas sensações internas, do próprio corpo, reações
fisiológicas tais como as de “estômago embrulhado”,
retesamento muscular, tensão, relaxamento etc. O termo correto, em Fisiologia,
seria propriocepção.
Mas nenhum tradutor de livros de PNL adotou este termo, e sim cinestesia. Eles
entenderam que cinestesia, como é um tipo de propriocepção (sensação de
movimento corporal) poderia também ser estendida para todo tipo de sensação
corporal, incluindo as viscerais, musculares, esqueléticas e
neurológicas.
Assim, depois deste intróito prolixo, vou responder a sua pergunta, pressupondo
que os termos que você quer saber mais pertencem ao universo de estudo da PNL.
Cinestesia quer dizer “tudo o que é percebido fisiológicamente, exceto o sentido
da visão e audição”. Isto é, abrange o tato, olfato e paladar e também a
propriocepção própriamente dita. Lembre-se que a PNL distingue o sentido
objetivo e o sentido subjetivo (aquele apenas imaginado). Os sentidos subjetivos
podem ser também visuais, auditivos ou cinestésicos.
Poderíamos detalhar um pouco mais, dizendo que existem vários tipos de tato:
tato pressão, tato temperatura e tato dor. E que os sentidos de olfato e paladar
são estreitamente ligados neurológicamente. Mas isto fugiria um pouco de sua
pergunta. O principal talvez seria responder o que significa, em PNL, estar em
“um estado cinestésico”, ou “focar a cinestesia de uma situação”.
Estado cinestésico, em PNL, é aquele estado onde o indivíduo está intensamente
ligado ao que sente dentro de si mesmo, seja de maneira objetiva (o seu corpo, o
que cheira, toca, sua sensação de peso, temperatura, tensão muscular) ou
subjetiva (o que imagina neste tipo de percepção). Isto é, é aquele estado onde
sua consciência está precípuamente focada nas sensações proprioceptivas,
gustativas, olfativas e táteis. E focar a cinestesia significa orientar-se para
estes tipos de percepções, descurando dos aspectos apenas visuais e auditivos,
os mais costumeiramente no limiar da consciência.
Usa-se o desenvolvimento do “estado cinestésico” para se facilitar o contato com
o inconsciente e favorecer a intuição. Tudo isso em PNL, bem entendido.
Cinestesia, Cenestesia ou Sinestesia.
Para quem ouve, é uma só palavra.
A homofonia contudo, esconde conceitos diversos.
Sinestesia.
Trata-se de uma disfunção sensorial que dá ás pessoas – que dela sofrem ou beneficiam ? – a capacidade de simultaneamente processarem cognitivamente duas interpretações sensoriais, a partir de um único estímulo. Quer se trate da percepção associada de forma sistemática de um número a uma cor (sinestesia Grafia-Cor), ou o gosto doce do Azul, o mistério continua, sendo um campo de investigação da neuro-ciência, não ficando pelos exemplos apresentados, as formas pelas quais se manifesta.
Mais estranho ainda é o facto de que na primeira forma de sinestesia, os sujeitos experienciam diferentes cores para o mesmo elemento conceptual. Assim o 2 pode ser verde mas o “dois” amarelo. Mais estranho ainda é que os sujeitos, conseguem distinguir as cores em que o algarismo está impresso, mantendo ainda a percepção associativa.
Agora que deve ser fantástico saborear a cor azul e cheirar o perfume verde do 2..
Já a Cenestesia, é a consciência (senso-percepção) que temos do próprio corpo. É a representação consciente do próprio corpo, de sua posição, de seu movimento, de sua postura em relação ao mundo à sua volta e em relação ás suas diversas partes e segmentos. Esta consciência corporal é o refúgio de algumas pessoas, quando confrontadas com determinados estímulos psicológicos. É a característica Kinocinética da sua forma de responder ao estímulo. É um comportamento típico das crianças, quando inquiridas sobre um assunto pouco confortável para elas. Torcem invariávelmente as mãos, olhando cabisbaixas para os movimentos que fazem, balbuciando uma resposta.
Cinestesia já diz respeito à senso-percepção dos movimentos corporais em relação ao ambiente à sua volta. Esta percepção é muito fácilmente ilustrada, naquela frase….”é como andar de bicicleta”.
Outro exemplo é o que decorre do esforço de aprendizagem de um novo passo de dança ou a evolução numa determinada postura de Yoga. Em qualquer dos casos, o que fazemos é socorrermo-nos da nossa memória cinestésica, por forma a “pensar” o movimento e executá-lo. Após aprendizagem, precisamos apenas de visualizar mentalmente o mesmo movimento, até que ele se torna automático..e fácil.
A Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo e se localizava na cidade egípcia de Alexandria. Considera-se que tenha sido fundada no início do século III a.C., durante o reinado de Ptolomeu II do Egito, após seu pai ter construído o Templo das Musas (Museum). É atribuída a Demétrio de Falero sua organização inicial. Uma nova biblioteca foi inaugurada em 2003 próxima ao sítio da antiga.
Estima-se que a biblioteca tenha armazenado mais de 400.000 rolos de papiro, podendo ter chegado a 1.000.000. Foi destruída parcialmente inúmeras vezes, até que em 646 foi destruída num incêndio acidental (acreditou-se durante toda a Idade Média que tal incêndio houvesse sido causado pelos árabes).
Conta-se que um dos incêndios da lendária biblioteca foi provocado por Júlio César. Em caçada ao seu inimigo de Triunvirato (formado por César, Pompeu e Crasso), Pompeu, César deparou com a cidade de Alexandria, governada na época por Ptolomeu XII, irmão de Cleópatra. Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu, e sua cabeça foi entregue a César juntamente com o seu anel. Diz-se que ao ver a cabeça do inimigo César pôs-se a chorar. Apaixonando-se perdidamente por Cleópatra, César conseguiu colocá-la no poder através da força. Os tutores do jovem faraó foram mortos, mas um conseguiu escapar. Temendo que o homem pudesse escapar de navio mandou incendiar todos, inclusive os seus. O incêndio alastrou-se e atingiu uma parte da famosa biblioteca.
A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional. Continha livros que foram levados de Atenas. Existia também matemáticos ligados à biblioteca, como por exemplo Euclides de Alexandria. Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de papiros.
A lista dos grandes pensadores que frequentaram a biblioteca e o museu de Alexandria inclui nomes de grandes gênios do passado. Importantes obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, bem como sobre idiomas, literatura e medicina, são creditados a eruditos de Alexandria. Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a famosa Septuaginta.
Vista interior da biblioteca
Os grandes nomes da Alexandria antiga
Euclides: matemático, quarto século a.C. O pai da geometria e o pioneiro no estudo da óptica. Sua obra Os Elementos foi usada como padrão da geometria até o século XIX.
Aristarco de Samos: astrônomo, terceiro século a.C. O primeiro a presumir que os planetas giram em torno do Sol. Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distância do Sol e da Lua, e o tamanho deles.
Arquimedes: matemático e inventor, terceiro século a.C. Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforços científicos para determinar o valor do pi (π).
Calímaco(c. 305-c. 240 a.C.): poeta e bibliotecário grego, compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na história do controle bibliográfico, o que possibilitou a criação da relação oficial (cânon) da literatura grega clássica. Seu catálogo ocupava 120 rolos de pariro.
Eratóstenes : polímata (conhecedor de muitas ciências) e um dos primeiros bibliotecários de Alexandria, terceiro século a.C. Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão.
Galeno: médico, segundo século d.C. Seus 15 livros sobre a ciência da medicina tornaram-se padrão por mais de 12 séculos.
Hipátia: astrônoma, matemática e Filósofa, terceiro século d.C. Uma das maiores matemática, diretora da Biloteca de Alexandria e que foi assassinada.
Ptolomeu: astrônomo, segundo século d.C. Seus escritos geográficos e astronômicos eram aceitos como padrão.
A nova biblioteca
A atual biblioteca pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo. A estrutura, que tem o nome oficial de Bibliotheca Alexandrina, integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições.
A Biblioteca Tahan Hussein é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 anos, a das Crianças é para quem tem entre seis e 12 anos, e a Multimédia está dotada com CD, DVD, cassetes áudio e vídeo, diapositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de manuscritos e outra de livros raros.
Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3500 investigadores, que têm ao dispor 200 salas de estudo.
O telhado de vidro e alumínio tem quase o tamanho de dois campos de futebol, este teto da biblioteca é um disco com 160 metros de diâmetro reclinado, que parece em parte enterrado no solo. Ele é provido de clarabóias, voltadas para o norte, que iluminam a sala de leitura principal. Os espaços públicos principais ficam no enorme cilindro com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do nível do mar. A superfície inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de altura. Olhando à distância, quando a luz do Sol reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no horizonte. A entrada é pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca.
A sala de leitura tem vinte mil metros quadrados e é iluminada de forma uniforme por luz solar directa. Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma.
As paredes sem janelas revestidas a granito que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela Humanidade para comunicar, como os caracteres dos alfabetos, notas musicais, números e símbolos algébricos, códigos das linguagens informáticas, etc.
O projecto da biblioteca é da autoria de uma firma de arquitectos noruegueses, a Snohetta. A construção demorou sete anos, mas a ideia nasceu em 1974. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de euros.
A reconstrução da famosa Biblioteca de Alexandria resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Biblioteca Alexandrina, como agora é oficialmente chamada, parece um gigantesco cilindro inclinado.
A ampla fachada do cilindro central, de granito cinza, tem letras de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento.
A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. Há também espaços reservados para exposições, salas de conferências, biblioteca para cegos e um planetário — uma estrutura esférica, à parte, que lembra um satélite. Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados de computadores e de combate a incêndios.
Uma biblioteca à altura do seu passado
A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de 2002, e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as civilizações do Mediterrâneo oriental. Com espaço para 8 milhões de livros, a Biblioteca de Alexandria procura realçar ainda mais a importância dessa cidade antiga.
A sinestesia é uma condição neurológica benigna em que o indivíduo associa impressões percebidas por sentidos diferentes. Há casos em que a pessoas associa cores a palavras. Outras associam cores a números ou letras, ou sentem gostos quando tocam objetos.
Esse tipo de sinestesia – que os cientistas acreditam ser rara – foi descoberta quando um aluno da pesquisadora Melissa Saenz disse estar ouvindo sons vindos de um protetor de tela em um computador. Depois de fazer algumas perguntas ao estudante, a pesquisadora se deu conta de que a vivência do aluno se encaixava nos critérios da sinestesia. O fenômeno ocorrera durante toda a sua vida e acontecia com várias imagens em movimento.
Além do aluno, Saenz também verificou que mais duas ou três pessoas, dentre centenas de voluntários, ouviam sons, como batidas, zumbidos e chiado quando olhavam as imagens do protetor de tela.
Para comprovar se realmente se tratava de sinestesia, a pesquisadora fez testes com os indivíduos que supostamente tinham a condição e também com um grupo de voluntários neutros.
Ambos os gupos ouviram várias séries de sons, sempre aos pares, e observaram seqüências complexas de imagens em movimento, também aos pares. O objetivo era saber se as seqüências de sons e de imagens eram idênticas.
Estudos anteriores mostram que padrões sonoros são mais fáceis de identificar e, de fato, ambos os grupos acertaram 85% dos testes sonoros. No entanto, quando fizerem os testes com imagens, os indivíduos que tinham sinestesia tiveram um índice de acertos de 85%, enquando o outro grupo acertou apenas 55% dos testes.
A neurologista Julia Simner, que faz pesquisas sobre sinestesia na University of Edinburgh, na Escócia, disse que algumas formas da condição são mais comuns do que outras. Segundo Simner, é comum encontrar pessoas que tem um tipo inverso de sinestesia, ou seja, vêem cores quando ouvem música.
Notícia retirada da fonte: BBC Brasil